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28 de Dezembro de 2018

Documento em destaque

O documento em destaque refere-se à indústria de vidro, em concreto à sociedade “Fábrica Nacional de Vidros Aveirense, de Egberto de Magalhães Mesquita e outros” que iniciou a sua atividade, em 19 de fevereiro de 1888, com um capital social de 2.000$00 réis. A escritura que apresentamos tem o título “Sociedade Comercial para exploração de uma fábrica de vidros”.

Na sociedade atrás referida foram, como primeiro outorgante: Egberto de Magalhães Mesquita, casado, silvicultor; e como segundo Manuel da Rocha, viúvo, proprietário, ambos desta cidade; como terceiro Fernando Eduardo Pereira, casado, da Vila de Ílhavo desta comarca; e quarto Georges Bracourt, casado, súbdito francês e morador nesta cidade e ambos estes artistas.

Pelo presente instrumento estabelecem entre si uma sociedade comercial para exploração de uma fábrica de vidro com o nome de “Rocha Mesquita & Companhia”. Esta sociedade tem como objecto a fabricação de vidro. A fábrica foi erguida no Cojo, em Aveiro, naquela que foi a sua primeira “zona industrial “onde, ao longo dos tempos foram sendo construídos moinhos, armazéns, depósitos de sal e fábricas, como as de louça e de telha da Fonte Nova, as de Jerónimo Campos e a de azulejo da Aleluia.

No entanto, esta sociedade durou pouco tempo, tendo findado em 16 de março de 1891.

A escritura da empresa em apreço pode ser consultada no livro de escrituras do tabelião António Augusto Duarte e Silva, liv. nº 130, de folhas 39v. a 42. Livro este sob custódia do Arquivo Distrital de Aveiro com a cota atual: PT/ADAVR/NOT/CNAVR3/001/0083.

Breve curiosidade da história do vidro:

Composição

O vidro é composto por areia, calcário, barrilha (carbonato de sódio), alumina (óxido de alumínio) e corantes ou descorante.

O vidro é feito de uma mistura de matérias-primas naturais. Conta-se que ele foi descoberto por acaso, quando, ao fazerem fogueiras na praia, os navegadores perceberam que a areia e o calcário (conchas) se combinaram através da acção da alta temperatura. Há registros de sua utilização desde 7.000 a.C. por sírios, fenícios e babilónios.

Hoje o vidro está muito presente na nossa civilização e pode ser moldado de qualquer maneira: nos pára-brisas e janelas dos automóveis, lâmpadas, garrafas, garrafões, frascos, recipientes, copos, janelas, lentes, tela de televisores e monitores, fibra óptica e etc.

As matérias-primas do vidro sempre foram as mesmas há milhares de anos. Somente a tecnologia é que mudou, acelerando o processo e possibilitando maior diversidade para seu uso.

 

Teresa Valente

ADAVR | Assistente Operacional

 

Fontes: Rodrigues, Manuel Ferreira, – Empresas e empresários das indústrias transformadoras, na sub-região da Ria de Aveiro, 1864-1931. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 2010. 733 p. ISBN 978-972-31-1322-8

https://www.alamy.com/stock-photo/factory-worker-19th-century.html?blackwhite=1

http://mgrande.net/mg/histria/as-empresas-vidreiras-e-o-desenvolvimento-regional-em-portugal-da-autarcia-1870-1914-a-internacionalizacao-1980-2000/

https://www.geni.com/people/Egberto-de-Magalh%C3%A3es-Mesquita/6000000024337074434

http://ww3.aeje.pt/avcultur/Secjeste/Arkidigi/Mem_Aveiro/AveiDiacr/LourePeix04BR.htm

http://restosdecoleccao.blogspot.com/2012/03/companhia-industrial-portuguesa.html

Esta notícia foi publicada em 28 de Dezembro de 2018 e foi arquivada em: ADAVR, Documento em destaque, Geral.