22 de Maio de 2017
DOCUMENTO EM DESTAQUE – MAIO 2017
No âmbito do projeto “Documento em destaque 2017”, o Arquivo Distrital de Aveiro irá mensalmente durante todo o ano de 2017 destacar um documento que custodia nos seus acervos com a seguinte temática: “Empresas e Empresários das Indústrias Transformadoras na Sub-Região da Ria de Aveiro, 1864-1931”.
O documento em destaque no mês de Maio de 2017 refere-se à indústria de refinação de sal na freguesia da Gafanha da Nazaré do concelho de Ílhavo, em concreto à firma “COMPANHIA PRODUTORA DE SAL DE AVEIRO” que iniciou a sua atividade em 24 de junho de 1912, mas apenas teve personalidade jurídica aquando a escritura que criou a empresa, em 13 de Dezembro de 1913. A escritura tem o título “Sociedade Comercial em nome coletivo que fazem José Pereira Branco e outros. Em 13 de Dezembro de 1913” .
Na sociedade atrás referida foram outorgantes e consequentemente sócios:
– José Pereira Branco, casado, cuja profissão/ocupação era a de proprietário;
– Francisco Fernandes de Oliveira, solteiro, constando como industrial;
-Francisco Ferreira dos Santos Nogueira, solteiro, cuja profissão/ocupação era a de proprietário
A empresa “COMPANHIA PRODUTORA DE SAL DE AVEIRO” estabeleceu a sua sede na cidade de Aveiro e teve as suas instalações fabris no sítio da Calle da freguesia da Gafanha do concelho de Ílhavo, onde teve um impacto muito positivo na economia de Aveiro, criando postos de emprego quer diretos quer indiretos. Num curto espaço de tempo, cerca de três meses após o início da sua atividade, tinha conquistado mercado nacional e no estrangeiro onde se destacava a Espanha com um volume de negócios muito elevado. A forma como era vendido o sal refinado, devidamente acondicionado em boiões de vidro e louça, em latas e também em elegantes saleiros de porcelana da prestigiada fábrica da Vista Alegre, preservando a sua qualidade, foi um dos fatores do sucesso da empresa.
Contudo a vida da “ COMPANHIA PRODUTORA DE SAL DE AVEIRO” foi muito curta. De facto, em Outubro de 1914 o Jornal “O Democrata” noticia dificuldades financeiras da empresa aventando a hipótese de má gestão. Logo no início do ano de 1916 a imprensa local noticiava o encerramento do empreendimento, vindo este a concretizar-se em 16 de Janeiro desse ano com a penhora e venda dos bens dos sócios assim como dos armazéns e utensílios da empresa.
A escritura da empresa em apreço pode ser consultada no livro de escrituras do notário Albano Duarte Pinheiro e Silva, liv. nº 54, de folhas 39 a 41 verso. Livro este sob custódia do Arquivo Distrital de Aveiro com a cota atual: PT/ADAVR/NOT/CNAVR3/001/0172.
Aceder a escritura: “Sociedade Comercial em nome coletivo que fazem José Pereira Branco e outros. Em 13 de Dezembro de 1913”
Eneida Matos
Assistente Técnica/ADAVR