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Notícias

17 de Janeiro de 2020

Murtosa. Notáveis da Minha Terra!

Exposição virtual

O Arquivo Distrital de Aveiro – ADAVR dedica o mês de janeiro de 2020 às personalidades, figuras públicas, notáveis do concelho de Murtosa.

Do concelho da Murtosa Coração da Ria de Aveiro selecionamos 20 personalidade de entre as milhares que celebra ao longo da sua história e que são de igual modo merecedoras de homenagem. Desde António Manuel Pinto Barbosa, Ministro das Finanças e Governador do Banco de Portugal, ao Bispo do Porto Dom Júlio Tavares Rebimbas, ao maior letrista de fado do século XX – Carlos Augusto Conde, não esquecendo aqueles que se dedicaram à causa da emancipação murtoseira, assinalamos estas 20 personalidades entre muitas outras que em épocas diferentes marcaram a história da Murtosa.

Situado na Costa Atlântica da Região Centro de Portugal, integrado no Distrito de Aveiro e na Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, o Município da Murtosa é constituído por 4 Freguesias – Bunheiro, Monte, Murtosa e Torreira – que se estendem por uma área de cerca de 74 Km2.

Em 27 de Abril de 1898, o Dr. Barbosa Magalhães, apresentou nas cortes um Projecto de Lei propondo a criação do Concelho da Murtosa, constituído pelas freguesias da Murtosa e Bunheiro. Continuando este povo sem ser atendido nos seus protestos de emancipação, alguns “Homens Ilustres”, deslocaram-se às cortes gerais, em 7 de Abril de 1899, solicitando a aprovação da sua petição de elevar a Murtosa a Concelho.
Após grande insistência, o então Ministro do Interior, Jaime Afreixo, colabora com o povo da Murtosa e esta desanexa-se de Estarreja, em 29 de Outubro de 1926.

Fonte: in https://www.cm-murtosa.pt/pages/460


Nº de ordem Nome Nascimento e Morte Data do documento Código de referência do documento
1 Mateus Afonso Ruela
Pároco da igreja de São Mateus do Bunheiro, desde 1695 a 1724 e irmão da Confraria de Nossa Senhora da Alumieira. Em 1724 era administrador da capela de São Simão do Bunheiro; Era sobrinho de Simão Fernandes Ruela, padre fundador da Capela de São Simão do Bunheiro.
N. 10-12-1656 [Bunheiro, Murtosa] 10-12-1656 PT/ADAVR/PMRT01/1/2, fls. 19v
2 António José de Freitas Guimarães
Comerciante; Em 1851 fundou uma casa de comércio no extremo sul da praça de Pardelhas que ainda vemos hoje. Benemérito juntamente com a sua esposa Josefa Alves Moreira de Freitas Guimarães mandam construir o edifício do Asilo-Hospital em 1890.
N. 30-04-1824 [Pardelhas, Murtosa]
F. 06-12-1906
02-05-1824 PT/ADAVR/PMRT03/1/24, fl. 367v
3 António José da Silva Homem
Negociante que fez fortuna no Brasil. Após o regresso dedicava grande entusiasmo à causa da emancipação murtoseira. Defendia a elevação a concelho das freguesias da Murtosa e Bunheiro.
F. 15-04-1899 [Pardelhas, Murtosa]
04-05-1899 PT/ADAVR/PMRT03/3/151, fl. 16v;
4 Alfredo Vieira Pinto
Jornalista e empresário, fez parte do corpo diretivo da Renascença Gráfica, editora e proprietária do “Diário de Lisboa”. Assumiu a direção do “sempre Fixe” edição semanal da Renascença Gráfica.
N. 26-05-1882 [Murtosa, Murtosa]
F. 05-09-1952 [Cedofeita, Porto]
01-06-1882 PT/ADAVR/PMRT03/1/53, fl. 187v a 188
5 Alberto de Oliveira Cunha
Ordenado presbítero em Coimbra, a 8 de Maio de 1883; Formado em Direito pela Universidade de Coimbra em 1889 e em 1891 foi paroquiar a freguesia de Vila da Feira, donde veio em 1897 tomar posse da freguesia de Ovar.
N. 26-01-1858 [Murtosa, Murtosa]
F. 29-08-1936 [Ovar, Ovar]
31-01-1858 PT/ADAVR/PMRT03/1/31, fls. 150
6 Manuel Maria Tavares Rebimbas
Alistou-se em 1894 na Companhia de Jesus e entrou para noviciado do colégio do Barro, em Torres Vedras; Tirou o curso de Filosofia no antigo convento de São Francisco, em Setúbal e o de Teologia em Enghiem, na Bélgica; Ordenou-se diácono e presbítero em 30 de Julho de 1902; Lecionou vários anos no colégio de São Fiel; Foi colaborador da Revista “Brotéria”; Fundador da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, em 1906; Em 1910, embarcou para o Brasil; Na Baía, dirigiu o grande colégio “António Vieira”; Regressou à Europa em 1919, foi reitor do colégio Português, na Galiza; Quando faleceu era o reitor do Instituto Superior de Filosofia e Seminário de São Barnabé em Braga, hoje convertido em Faculdade Pontifícia.
N. 27-01-1873 [Murtosa, Murtosa]
F. 26-12-1944 [São Vicente, Braga]
30-01-1873 PT/ADAVR/PMRT03/1/45, fls. 14v
7 Avelino Belo
Artista Cerâmico.; Foi trabalhar para a Fábrica de Faianças, com apenas 13 anos, tornando-se um operário de confiança do Rafael Bordalo Pinheiro; Em 1888 participou na Exposição Industrial de Lisboa como aluno da Escola Industrial das Caldas; Em 1899, fundou a sua própria fabrica, continuando a imprimir grande imaginação e desenvoltura ao seus trabalhos.
Sempre foi um estudioso das técnicas sobre a indústria que vivia, defendia a união de todos os fabricantes de cerâmica em redor da Fábrica Bordalo Pinheiro, para se conseguir superar a crise, de então, naquele sector.
Suicidou-se em 24 de Maio de 1927.
N. 19-01-1872 [Murtosa, Murtosa]
F. 24-05-1927
28-01-1872 PT/ADAVR/PMRT03/1/44, fls. 14v
8 Manuel Ruela Pombo
Teólogo; Em 1911, envolveu-se nas convulsões do chamado “Golpe Militar do Palácio de Cristal”, acabando por ser preso; a 20 de fevereiro de 1912, evadiu-se do Forte do Alto Duque e exilou-se na Galiza, mais tarde obrigado a embarcar para o Brasil; Foi ordenado sacerdote em 1916; em 1917 tomou posse como vigário da paróquia do Senhor Bom Jesus de Matosinhos de Lambari, onde permaneceu até 1919; em 1919 assumiu o cargo de pároco de São Gonçalo de Sapucai onde permaneceu até 1922; Em 1922 partiu para Angola como missionário; Em Luanda começou por exercer o magistério primário e em Dezembro de 1923, tomou posse como pároco missionário da Igreja de Nossa Senhora do Cabo da Ilha de Luanda; Regressa a Portugal em 1933, reformado, fixa residência em Lisboa, onde se habilita com o Curso Superior de Arquivista e entrega-se à investigação histórica
N. 31-07-1888 [Bunheiro, Murtosa]
F. 02-11-1960 [Alcântara, Lisboa]
01-08-1888 PT/ADAVR/PMRT01/1/37, fls. 81v
9 Manuel José Marques da Silva Tavares
Desde muito novo deu mostras de querer seguir a vida eclesiástica. Deu entrada no convento de Santo António, tomando o hábito franciscano fazendo-se frade. Em 1834 abandonou a carreira sacerdotal e foi matricular-se em Direito na Universidade de Coimbra, conseguindo a carta de Bacharel. Foi nomeado Administrador do concelho de Aveiro. Em 1870 foi nomeado Conservador da Conservatória do registo Predial de Aveiro, que exerceu até 1890. Foi condecorado com a comenda da ordem de Cristo, pela Rainha D. Maria II em Maio de 1852 na cidade de Aveiro. Era conhecido pelo Dr. Caravelas.
N. 11-10-1815 [Murtosa] F. 09-09-1903 [Glória, Aveiro] 15-10-1815 PT/ADAVR/PMRT/1/23, fls. 85v
10 Francisco Fernandes Rendeiro
Prelado da Ordem dos Pregadores (Dominicanos) foi bispo do Algarve e de Coimbra. Durante o seu percurso pastoral e depois de ser nomeado bispo coadjutor do Algarve (22 de dezembro de 1952), foi denominado «bispo do sorriso»
N. 15-12-1915 [Murtosa, Murtosa]
F. 19-05-1971
15-12-1915 PT/ADAVR/RC/CRCETR/001/0010, fl. 265v, assento 1027
11 Carlos Augusto Conde
Poeta popular; Autor de inúmeros reportórios de fados; Concorreu a numerosos concursos poéticos, alcançando, na maioria das vezes, os primeiros prémios e menções honrosas; Em 1966 alcançou a vitória com a letra para o “Hino da Força Aérea”; Foi autor de centenas de letras de fado, que foram cantados por grandes vultos do Fado; Em 2001, a Câmara Municipal de Lisboa, presta ao poeta a última homenagem ao atribuir o seu nome a uma das artérias da cidade situada na zona de Campolide; foi o maior letrista do fado do século XX.
N. 22-11-1901 [Murtosa, Murtosa]
C. 18-10-1936 [Lisboa, Lisboa]
F. 13-07-1981 [Nossa Senhora de Fátima, Lisboa]
03-12-1901 PT/ADAVR/PMRT03/1/153, fls. 205v
12 Tomás Vieira
Ator; estreou-se como profissional em 1-12-1896, na Academia Bracarense; percorreu quase todo o espaço da língua portuguesa, do Brasil e Moçambique, durante 32 anos, com diversas companhias de teatro; deu o seu último espetáculo , no dia 16-09-1928, aos 50 anos; Aos 53 iniciou uma nova atividade artística com exibição do cinema ambulante, a qual manteve por mais 35 anos (1931 – 1960); Cessou esta atividade aos 88 anos, quando já decorria a guerra colonial, mesmo assim assume a direção do teatro Radiofónico em Moçambique; Pelos 100 anos foi condecorado pelo Ramalho Eanes; Morreu com 101 anos, tendo sido anunciada a sua morte por 4 vezes.
N. 24-06-1878 [Murtosa, Murtosa]
F. 12-08-1979 [São João do Souto, Braga]
01-07-1878 PT/ADAVR/PMRT03/1/50, fls. 100
13 Joaquim José de Oliveira e Cunha
Formado em Teologia pela Universidade de Coimbra, tomou ordens sacras exercendo o seu múnus sacerdotal na Murtosa até à sua nomeação para pároco da freguesia de Veiros; Foi Abade da Sé do Porto, onde permaneceu até à sua aposentação; Prestou na Murtosa, relevantes serviços à Santa Casa da Misericórdia; Devotado à instrução, concorreu para a construção da Escola Pardelhas – Monte, com o valioso donativo de vinte e cinco mil escudos.
N. 09-11-1860 [Murtosa, Murtosa] 11-11-1860 PT/ADAVR/PMRT03/1/32, fls. 114
14 João Pedro Soares
Benemérito, contribuiu para a construção do Teatro Aveirense, do novo hospital junto ao Parque do Infante D. Pedro e da nova Escola Industrial de Fernando Caldeira, no Cojo, e a edificação das primeiras casas e da ermida de S. João na Praia do farol; foi ainda director da Caixa Económica de Aveiro e ajudou a fazer reviver a pesca do bacalhau.
N. 08-02-1838 [Murtosa]
F. 07-11-1903 [Glória, Aveiro]
1838 PT/ADAVR/PMRT03/1/27; FL. 31
15 José Maria Vilhena Barbosa de Magalhães
Bacharel em Direito em 1899. Advogado e docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (1914 – 1941). Filiado nos partidos Dissidente Progressista e Democrático. Foi deputado às constituintes por Oliveira de Azeméis, mantendo o assento parlamentar até 1921, ano em que representou Aveiro. Integrou o Governo, como Ministro da Justiça (1914), Ministro da Instrução Pública (1917) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1932). Depois de 1926, foi docente na Academia de Haia e membro da Comissão de Reforma do Código do Processo Civil (1935). Em 27 de Abril de 1898 apresentou nas cortes um projeto de lei propondo a criação do concelho da Murtosa, constituído pelas freguesias da Murtosa e Bunheiro.
N. 31-12-1879 [Aveiro]
F. 05-04-1959 [Lisboa]
1880 PT/ADAVR/PAVR1271747, fl. 12 e 12v
16 Jaime Maria da Graça Afreixo
Filho do pedagogo e advogado José Maria da Graça Afreixo. Foi o lider da Armada durante a Revolução de 28 de Maio de 1926, após o qual foi nomeado para Ministro da Marinha no 1.º governo da ditadura, e novamente no 3.º governo; Exerceu também o cargo de Ministro do Interior entre 1930 e 1940, foi diretor Geral da Marinha. Na qualidade de Ministro do Interior foi um dos principais impulsionadores da criação do concelho da Murtosa.
N. 10-12-1867 [S. Vicente de Fora, Lisboa]
F. 02-01-1942 [Sta Isabel, Lisboa]
1927 PT/BCM-AH/FG/001-32/02-020 – Arquivo Histórico da Marinha
https://arquivohistorico.marinha.pt/viewer?id=34377&FileID=58053
17 António Manuel Pinto Barbosa
Economista, foi professor universitário de grandes méritos, Ministro das Finanças e Governador do Banco de Portugal. Licenciou-se em Ciências Económicas e Financeiras em 1939, no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF, hoje ISEG), e ali apresentou a sua dissertação de doutoramento em 1941, sob o título “Sobre a Indústria de Conservas em Portugal”. Tem livros e trabalhos publicados em diversas revistas económicas e financeiras, além do que foi colaborador da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e do Diário de Lisboa, jornal a que estavam ligados familiares seus. foi incluído pelo Expresso Revista entre os “Cem portugueses que moldaram o século XX”
N. 31-07-1917 [Murtosa]
F. 10-03-2006 [Lisboa]
28-05-1968 50 escudos infanta D. Maria – 28 de maio de 1968
18 António Vieira Pinto
Empresário e grande empreendedor; Fundou em 1914, com Dr. Cândido Sotto Mayor da firma Pinto & Sotto Mayor, mais tarde Banco Pinto & Sotto Mayor; Fundadores de diversas sociedades: União Eléctrica Portuguesa, a Companhia de Seguros Sagres, o Banco Português do Brasil, a Empresa de Pesca de Viana, etc., Benemérito.
N. 02-07-1888 [Murtosa]
F. 19-03-1927 [Lisboa]
09-07-1888 Título de 5 ações, na transformação do Banco Pinto & Sotto Mayor, 1925
19 Júlio Tavares Rebimbas
Foi ordenado presbítero pelo arcebispo-bispo de Aveiro, D. João Evangelista de Lima Vidal, em 29 de Junho de 1945, em Pardilhó. Em 1946 foi nomeado pároco de Avelãs de Cima e Avelãs de Caminho, em Anadia. Fundou, em 1954, o boletim “Família Paroquial”, o Centro de Formação e Assistência de Ílhavo, o Património dos Pobres de Ílhavo, o “Lar de S. José” destinado a pessoas idosas e 18 casas para famílias pobres. Em 27 de Setembro de 1965 foi eleito, pelo Papa Paulo VI, Bispo do Algarve e tomou parte na última sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II. Em 1 de Julho de 1972 foi eleito Arcebispo de Mitilene e Auxiliar do Cardeal Patriarca de Lisboa e em 3 de Novembro de 1977 foi eleito pelo papa Paulo VI para primeiro Bispo da Diocese de Viana do Castelo, criada na mesma data. A 12 de Fevereiro de 1982 foi nomeado Bispo do Porto e, na mesma data, Administrador Apostólico de Viana do Castelo.
N. 21-01-1922 [Bunheiro, Murtosa]
F. 06-12-2010 [Porto]
1960 PT/ADAVR/TJCAVR/82/670
20 João José Conde
Emigrado no Brasil desde novo fez grande fortuna, regressado à sua terra foi Juiz de Paz, regedor e vereador da Câmara de Estarreja, foi uma grande figura da sua terra, de largo valor político e méritos pessoais. À sua solicitação foi criada a primeira escola pública local de ensino primário oficial adaptando uma das suas casas.
N. 28-08-1831 [Murtosa] 28-08-1831 PT/ADAVR/PMRT03/1/25, fl. 243
Esta notícia foi publicada em 17 de Janeiro de 2020 e foi arquivada em: ADAVR, Documento em destaque, Geral.